terça-feira, 9 de março de 2010

Bastidores




O palhaço amargo, em frente ao espelho

velhocúmplice anunciando o defeito

Erros na máscara, maquiagem borrada,

Sorriso vermelho falso e grosseiro,

Engana a platéia e até a mim mesmo...

Tarde da noite, em frente ao espelho

O palhaço sorrí, um riso imperfeito

Tiro a pintura, dispo a alegria,

Fraude colorida é sujeira em meus dedos

O sorriso manchado, mascarado, incompleto

Sonhos desfeitos em poeira e concreto

Triste da vida, em frente ao espelho

O palhaço chora de anônimo anseio...

Onde, onde está o seu último desejo?

O chão do circo, velha cinza pintada

Todos se foram, vazia arquibancada

Sozinho no palco o palhaço gargalha...

Certo e ciente que ele mesmo é a piada.


Poema: Marcelo Simão de Vasconcelos

Música: Ana D´Araújo

Tem mais em: http://www.anadaraujo.com.br/diversos2.asp?idartigo=16

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